Mulheres do Cariri celebram 8 de Março cobrando a instalação de delegacia especializada na região


A instalação de uma Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher no Cariri paraibano está na pauta de reivindicação deste Dia Internacional da Mulher, 8 de Março, na região. Atualmente, a Paraíba conta com nove destas delegacias, sendo que a mais próxima do Cariri fica em Campina Grande, a 172 km de Monteiro.

A data será marcada por mobilizações nas cidades do Congo e São João do Tigre, onde os grupos acompanhados pelo projeto “Mulheres Rurais: Autonomia e Empoderamento no Cariri Paraibano” também vão passar por um “dia de beleza” como forma de estimular a auto estima.

As razões para as situações de violência de gênero no campo são muitas e geram ainda mais pobreza para as mulheres rurais, o que também afeta diretamente o desenvolvimento regional. Historicamente, na área rural as mulheres estão ainda mais expostas à cultura machista e não têm acesso à rede de proteção que as proteja e ajude a romper o ciclo de violência. Isso contribui para que elas sejam as mais afetadas pela extrema pobreza, que atinge um quarto da população rural do Brasil.
Entre as mulheres acompanhadas pelo projeto Mulheres Rurais, metade ganha no máximo R$ 100 por mês, enquanto apenas 6% recebe mais do que um salário mínimo, de acordo com diagnóstico realizado pela equipe do projeto em 2012. Por isso o foco do projeto é investir nas potencialidades produtivas dessas mulheres, promovendo capacitações para que elas melhorem e ampliem suas produções, gerando mais renda e autonomia, o que contribui para que elas estejam menos vulneráveis à violência.
O Projeto Mulheres Rurais é realizado em parceria pela Concern Universal Brasil e Cunhã Coletivo Feminista com a cofinanciamento da União Europeia e apoio do Centro da Mulher 8 de Março e Projeto Dom Helder Câmara. Até 2014, a ação pretende atender 600 mulheres de oito municípios do Cariri, melhorando sua produção e ampliando suas rendas. Ao todo, o projeto está trabalhando com 323 mulheres, sendo que 45% delas são agricultoras, outros 30% vivem do artesanato e 16% são pescadoras, as principais ocupações das envolvidas.

RADIALISTA SEBASTIÃO BARBOSA 
Com Ascom

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