A Paraíba perdeu 3.641 postos de trabalho em março, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgado ontem pelo Ministério do Trabalho e Emprego. O déficit entre admitidos e desligados corresponde a uma retração de 0,97% em relação à massa total de trabalhadores com carteira assinada no mês anterior.
A indústria de transformação e a agropecuária tiveram, respectivamente, redução de 1.577 (-2,09%) e 1.152 (-11,18%) empregos no Estado e foram os setores mais prejudicados no mês passado. Na série histórica, o resultado foi o pior dos últimos três anos para o mês de março.No primeiro trimestre deste ano, a Paraíba registrou um decréscimo de 9.030 postos, o que corresponde a uma redução de 2,36% da população trabalhadora, enquanto no mesmo período de 2012 havia saldo negativo de 5.826 vagas. Por outro lado, nos últimos 12 meses o saldo é positivo para o mercado de trabalho paraibano, pois foram gerados 14.769 novos empregos, o que representa crescimento de 4,12% sobre os 12 meses imediatamente anteriores. Conforme o Caged, o salário médio de admissão na Paraíba é de R$ 846,55 e é o segundo pior do País, perdendo apenas para o Piauí (R$ 842,05).
Para os especialistas, a redução de empregos no primeiro trimestre está ligada à desaceleração do desempenho da economia nacional e ao longo período de estiagem que assola o Nordeste. “Apesar de todas as medidas adotadas pelo Governo Federal, a economia brasileira não tem respondido bem e o Nordeste ainda tem um agravante, que é a falta de chuvas, além da entressafra da cana de açúcar neste período. Gradativamente, se as chuvas voltarem e a economia se recuperar, a taxa de desemprego vai diminuir”, observou Geraldo Lopes, economista do Instituto de Desenvolvimento Municipal e Estadual da Paraíba (Ideme).
De acordo com o Caged, os municípios paraibanos que registraram as maiores quedas relativas na geração de empregos foi Santa Rita (-10,97% na massa trabalhadora) e Mamanguape (-6,12%). Segundo o presidente da Federação das Indústrias do Estado da Paraíba (Fiep), Buega Gadelha, a redução de empregos nessas cidades, que detêm boa parte das atividades do setor sucroalcooleiro no Estado, mostra como a seca e a entressafra da cana de açúcar têm prejudicado a geração de novos postos de trabalho.
“Atribuímos a queda aos efeitos da estiagem, que está sendo extremamente danosa, tanto ao poder de compra das pessoas, como também ao fornecimento de matérias primas, atingindo principalmente o setor sucroalcooleiro”, afirmou.
João Pessoa e Campina Grande, as duas maiores cidades da Paraíba, também fecharam o mês de março com o saldo negativo, perdendo 675 e 299 postos de trabalho, respectivamente. Sousa (86 empregos), Bayeux (77) e Patos (59) foram os municípios que registraram o melhor saldo positivo no Estado.
Brasil
O mercado formal de trabalho no Brasil gerou em março 112.450 vagas, fazendo crescer em 0,28% a quantidade de trabalhadores, sendo o melhor resultado do mês de março na série histórica do cadastro. A maior geração foi verificada no setor de serviços com 61.349 (0,38%), acompanhada da indústria, com 25.790 (0,31%). Em seguida estão construção civil, que gerou 19.709 empregos(0,62), administração pública, com 6.566 (0,74%), comércio, com 3.160 (0,04%) e extrativa mineral, que gerou 645 (0,29%). A agricultura, por razões sazonais, apresentou um saldo negativo com 4.434 postos (-0,28%). O saldo dos serviços industriais de utilidade pública também foi negativo em 335 postos (-0,09%).
O crescimento do emprego foi verificado em 18 estados brasileiros, com destaque para o estado de São Paulo, gerador de 46.320 postos de trabalho (3,7%), Rio Grande do Sul, com 28.104 (1,07%), Minas Gerais, com 19.592 vagas (+0,47%) e Paraná, com 17.448 (0,67%). Influenciados pela sazonalidade do setor sucroalcooleiro, seis estados do Nordeste apresentaram queda de emprego. Houve queda também em Roraima e Acre, no Norte e, no Centro-oeste, apenas o Mato Grosso perdeu postos de trabalho.
RADIALISTA SEBASTIÃO BARBOSA
COM CORREIO DA PARAÍBA
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